Não há dúvida que os Podcasts são o assunto do momento. Nos EUA estima-se que um quarto da população consuma podcasts semanalmente. A receita de publicidade deste tipo de mídia ainda é desproporcional à audiência e engajamento, embora esteja crescendo a taxas de 65% ao ano nos últimos 4 anos. No Brasil, infelizmente, temos poucas pesquisas sobre o assunto. As duas principais pesquisas publicadas são a pesquisa da Associação Brasileiro de Podcasters (ABPod) em 2018 e do IBOPE em 2019.
Segundo IBOPE, cerca de 40% da população de internet do Brasil, o que resulta em 50 milhões de brasileiros, já ouviu podcasts. No entanto, um terço da população de internet não sabe nem do que se trata, o que mostra muito espaço para crescer.

Segundo a ABPod, os principais momentos de consumo são os tempos mortos como deslocamentos ou atividades domésticas, em que estes consumidores ávidos por conhecimento, aproveitam para se informar e aprender.

Segundo a ABPod, público consumidor de podcasts apresenta uma taxa de escolaridade bastante elevada, com 83% dos ouvintes tendo cursado, mesmo que de forma incompleta, educação de nível superior o mais.

Embora a audiência seja bastante qualificada, a pesquisa da ABPod mostra que a preferência da audiência ainda é por conteúdos nacionais. Cerca de 62% dos ouvintes escutam apenas conteúdos brasileiros. Isto representa uma grande oportunidade para produtores nacionais e marca criarem conteúdos relevantes no país.

Um outro dado relevante é a democratização do formato ocorrida nos últimos, que pode ser observada comparando as duas pesquisas. Embora, certamente, haja discrepâncias de metodologia, é sabido no mercado que os esforços dos grandes players internacionais como Spotify, Apple e Google vem levando a uma democratização do formato.
Segundo a ABPod, em 2018, 84% da audiência era composta por homens, enquanto em 2019, este número caiu para 56%, ficando muito mais equilibrado o número de ouvintes masculinos e femininos.

Outro reflexo da democratização é a mudança dos rankings de podcasts mais ouvidos do país. Enquanto em 2018 o ranking era dominado por produtores independentes e conteúdos sobre questões nerds, games e humor, atualmente, o topo do ranking é dominado por grandes produtoras como a Globo, trazendo notícias e discussões sobre política e economia. Outros temas bastante procurados são misticismo, finanças, empreendedorismo e aulas de inglês.
O que os próximos anos nos trarão de dados sobre esse universo? E você: fará parte dele?